Pe. Clodoaldo Kamimura, ISch.
“Não seria possível que a nossa capelinha se tornasse um Tabor das glórias da Virgem Maria?” Para o Pe. Kentenich chegar a propor esta questão aos seminaristas de Schoenstatt, houve uma grande luta em seu mundo interior, procurando saber qual era a vontade de Deus a respeito da capelinha, da congregação e dos acontecimentos daquela época. E conhecemos as repercussões deste dia, desta ‘iniciativa divina’.
De forma análoga – digo eu – houve também uma grande luta em seu interior na sua busca de saber qual era o desejo de Deus a respeito da parte central e motriz de Schoenstatt. Ele levou bastante tempo para desistir da ideia de que a comunidade dos padres palotinos assumisse essa missão. Podemos imaginar como foi sua luta interior para mudar de opinião.
Primeiramente, por afirmar e acreditar que Schoenstatt é uma concretização dos ideais de São Vicente Pallotti e, por outro lado, o lema de sua primeira missa – ‘que todos os espíritos se unam na verdade e os corações no amor’ – deve ter impregnado todas as suas considerações a respeito deste tema. A criação de uma segunda observância, de uma nova comunidade, significaria uma cisão dolorosa entre muitos. Não deve ter sido fácil.
No final, ele se convence então da necessidade de uma nova comunidade para ser a parte central e motriz de Schoenstatt. (Sabemos da forte influência do Pe. Máximo Trevisan neste processo).
Após reconhecer que essa era a vontade de Deus, ele se empenha para formar a nova comunidade.
Na passagem de ano de 1962-1963, noite de São Silvestre, o Pe. Kentenich começa o terciado de Milwaukee com alguns estudantes, revelando-lhes algo de seu mundo interior: “Desiderio desideravi – desejei ardentemente (Lc 22,15) … e quando uso essa palavra, então eu penso poder usá-la como expressão de minha própria atitude interior, de minha atitude pessoal” (DD vol. I, pg. 20) … “eu queria dizer-lhes, que a palavra é também uma expressão de minha própria alma. Desiderio desideravi. Este é o forte anseio de cumprir o desejo de Deus, fazendo de tudo para que possamos nos preparar a ser uma pars motrix et centralis sustentável para todo o movimento de Schoenstatt” (DD vol. I, pg.22)
E, na sua visão de fundador, ele ousa dizer que “somos simplesmente a grande esperança, a esperança peculiarmente grande do céu e da terra, o que mais falta e carece à família [de Schoenstatt] atualmente” (DD vol. I, pg.20)
E aqui estamos nós! “Uma nova iniciativa divina”, como ele também afirma em 08 de julho de 1967, às margens da floresta do Monte Sião.
Parafraseando, portanto, a pergunta que ele apresentou no início de Schoenstatt, poderíamos também nos questionar: ‘será possível que esta pequena comunidade seja alma de todo Schoenstatt?’ Ou transformando também sua afirmação em 31.05.67 no Monte Sião em um questionamento para nós: será possível que “Desde aqui, portanto, a Família toda deve ser animada novamente, outra vez fundada. (?) (que) Desde aqui, o Espírito, o Espírito Santo deve enviar constantemente seus sete dons para toda a Família de Schoenstatt e justificar outra vez sua missão” (?)
As gerações futuras poderão afirmar se alcançamos ou não realizar essa visão. Por enquanto, devemos nossa gratidão àqueles irmãos que nos precederam nestes 60 anos de existência, que se jogaram, que se empenharam nesta empreitada e que já não estão em nosso meio.
Muito ainda está para ser conquistado em nossa comunidade no sentido que o Pe. Kentenich idealizou para a pars motrix et centralis. Que ele, então, interceda por nós!
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